sábado, 13 de março de 2010

A literatura é uma Arte;

A literatura é o registro da aventura humana
PRESENÇA MARCADA: PRESENÇA MARCANTE
Por onde quer que passe e onde quer que esteja, o ser humano sente um impulso de deixar marcas de sua presença, como se quisesse dizer “Eu estive aqui”, e de levar consigo lembranças palpáveis para depois dizer “Eu estive lá”.
Inscrições em cavernas, entalhes em pedras, marcas em bancos e árvores das praças, pichações em paredes e muros fazem parte de um ritual de “marcação” de território que o ser humano faz, assim como outros animais, também fazem ao espalharem suas marcas e cheiros.
Mas nós fazemos mais e melhor que outros animais. Em fotografias, filmagens, anotações escritas, desenhos ou pinturas, carregamos as imagens das experiências e das emoções que não queremos esquecer.

Quando revemos essas “lembranças”, não apenas as imagens vêm à tona, mas também as reações que sentimos naquela ocasião: emoções, surpresas, alegrias, ânsias, angústias, medos e tensões afloram em nossa mente e revivemos mais uma vez nossas aventuras.
Os textos do nosso diário, agenda, bilhetes, e-mails, cartas e cartões que recebemos ou escrevemos são lembranças escritas de nossas emoções.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Veja se é verdade

Só maranhense entende: nosso vocabulário Autor desconhecido

Se você não for maranhense não vai entender alguns termos.
Reginete, a empregada da casa do Vieira, chega da Rua Grande toda querendo ser, de traca amarela, uma japonesa bandeirosa com pontuação 2 números acima da sua, rebolando e exibindo sua calça nova, daquelas bem apertadas e lá no rendengue, que comprou pra sair à noite. Logo gerou um bafafá dos invejosos da rua.
- Olha a barata do Vieira. Quer se aparecer! Tá escritinha uma fulêra!
- E tu parece uma nigrinha dando conta da vida dos outros – retruca à mulher do Seu Barriga.
Porém, despertou o interesse da molecada da rua. A galera do chucho parou para secar a moça. Até quem tava no desafiado. Guga largou de empinar seu papagaio aos gritos de 'lai vaiii lai vaiii...', sempre na guina para lancear melhor.
- Éguass Reginete! Tá bonita como quê!
- Hummmm piqueno. O que é heim? Só porque to com minha calça nova?
Comprei na Lobrás tá?!
Victor, o mais novo da turma, desinformado, questiona:
- O que é Lobrás?
- É uma loja, abestado. Ao pegado da Mesbla. Defronte as Pernambucanas. Onde a gente vai sempre capar bombom.
Caverna, sempre casqueiro, largou sua curica, feita de talo de coqueiro e folha de caderno, e veio catingando que só ele, arrumar cascaria com Guga.
- O quê que tu quer?! A nêga é minha.
- Hummmm tu quer te amostrar pros teus pariceiro? Te dôle um bogue!!!
- Me dáli??? Rapá, tu não me trisca!!!
E a galera querendo ver o oco, vem zilada jogar lenha na fogueira.
- Éééésseeeeee!!! Tá falando da tua mãe!!! Chamou de qualhira!
- Éééguasss... eu não deixava!!! Cospe aqui – diz Dudu estendendo a mão.
Mas Guga não entra na conversa dos amigos:
- Vocês só querem ver a caveira dos outros!
- Ihhh gelão... cagou ralo heim Guga!!! Tá aberando!!!
Até que chega Lombo, o mais velho da turma, que jogava peteca naquele momento. Ele tinha o costume de quebrar as petecas alheias na brincadeira do cai, dando um china-pau com seu cocão de aço, principalmente se fosse uma olho de gato. Utilizava, também, o recurso do olhinho, mas dificilmente só bilava. Pediu limpo, completou matança nas borrocas e depois foi pro casa ou bola. Às vezes porco ou leitão vistando. Ele intervem:
Ê Caverna, tu já tá coisando os outros aí né?! Vaii já levar um sambacu!
- Hen heim. Vamo já te dar um malha – confirma Guga, aliviado com a intervenção de Lombo.
- Hen heim – ironiza Caverna imitando Guga com voz afeminada.
- Não me arremeda não!!! Olha o raspa!!!
- Ahhh... vai te lascar!!!
Depois do furdunço por sua causa, Reginete sai toda empolgada de lá e decide dar logo uma parada na quitanda da Zefinha, lembrando que seu Vieira havia pedido que ela comprasse alguns ingredientes.
- Oi Dona Zefa. Quero camarão seco pra botar na juçara da dona Veridiana e fazer arroz de cuxá? Me arrume 3 Jeneves também, 2 quilos de macaxeira, um lidileite alimba, 2 pães massa fina e 4 massa grossa!
Ahh... e uma canihouse pro seu Vieira!
A senhora vai checar seu estoque no freezer e retorna:
- Ê essa outra... só tem Guaraná Jesus. Vais querer? Vais querer quantas mãozadas de camarão?
- Três mãozadas tá bom. E pode ser Jesus sim.
Ao chegar em casa com as compras, seu Vieira repreende a moça:
- Tu fica remancheando pra trazer o cumê. To urrando de fome aqui já!
Cuida piquena!! Vou só banhar e quando voltar quero ver tudo pronto.
- Ô seu Vieira... o senhor é muito desinsufrido! Já to arreliada com uma confusão dos meninos na rua. Não me aguneia! Confie ni mim que faço tudo vuada! O senhor sabe que...
- Já seiii... tá bom... aí fala mais que a nêga do leite. Eu heim?! – seu Vieira interrompe.
Neste momento chega Marquinho, filho do seu Vieira, com a equipagem da Bolívia Querida toda suja. Sinal de mais trabalho pra Reginete.
- Menino, olha essa tua roupa. Tava num chiqueiro era? Vai ficar encardidinha! Isso não sai não! E esses brinquedos?! Tudo esbandalhado! Aí não tem jeito! Olha... tá só o cieiro (ou ceroto, como queiram)!
- Tava jogando travinha com os moleques! Não enche e me dá logo esse refri aí que to com sede.
- Hum Hum. Isso é do seu Vieira!
- Marrapá! Por quê?! Deixa de canhenguice, piquena!
- Deixa eu cuidar comigo que ainda quero sair hoje pra radiola no clubão! Vai rolar só pedra!
A semana da Arte moderna
Movimento de explosão artístico – cultural preparador do espírito literário para profunda e radical renovação, um golpe de destruição da velha ordem. Originou-se de uma sugestão do pintor Di Cavalcante a Paulo Prado, a fim de organizarem uma Semana de escândalo em São Paulo: foi o “brado” coletivo de cunho exclusivamente artístico e o ponto de encontro de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira e os artistas Anita Mafaltti, Victor Brecheret e Di Cavalcante; tinha como objetivo criar uma nova estética.
O fato cultural que antecede a Semana foi a Exposição de Anita Malfatti, em dezembro de 1917, trazendo novos elementos plásticos pós – impressionistas (cubistas e expressionistas), oriundos da Alemanha e dos Estados Unidos.
PANORAMA HISTÓRICO CULTURAL:
 Acelerada transformação nos centros urbanos, em decorrência do processo industrial;
 Criação da política dos governadores;
 Acelerado processo industrial;
 Aumento da imigração européia; Surgimento da burguesia;
 Reivindicação pelo voto secreto;
 Greve geral por melhores salários;
 Tenentismo (1893); Revolta de Canudos (1869 / 1897);
 Ciclo do Cangaço (1900);
 Revolta contra a vacina obrigatória (1904);
 Revolta da chibata (1910); Padre Cícero (1911 / 1915);

ANTECEDENTES DA SEMANA
 Oswald de Andrade, funda o jornal “O pirralho” implanta as idéias do Futurismo;
 Primeira mostra de Arte de Lasar Segall e Anita Malfatti;
 Publicação das obras: “Há uma gota de sangue em cada poema” de Mário de Andrade, “Nós” de Guilherme da Almeida, “Juca Mulato” de Menotti del Picchia e “Cinza das horas” de Manuel Bandeira.
PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
 Pintura: Anita Malfatti, Tassila do Amaral, Di Cavalcante, Vicente do Rego Monteiro;Lassar Segall.
 Escultura: Victor Brecheret (Monumento a Caxias e às Bandeiras)
 Música; Ernâni Braga, Heitor Villa Lobos e Guiomar Novaes;
 Literatura: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho.
A SEMANA surge em São Paulo (1922), no Teatro Municipal, posteriormente em todo país, constituindo-se em várias correntes:
a) DINAMISTA: RJ. - com Graça Aranha, Ronald Carvalho, Guilherme de Almeida, Vila Lobos, Agripino Grieco e Teixeira Soares etc.
TESES: culto do movimento e da velocidade, do progresso material, da grandeza técnica, rotulados como “objetivismo dinâmico”;
b) PRIMITIVISTA: SP - com Oswald de Andrade, Raul Popp, Antônio de Alcântara Machado, o Manifesto Pau Brasil e a Revista Antropofagia (duas geniais invenções de Oswald). Como disse Cassiano Ricardo, buscava a renovação nos moldes primitivos da terra e da gente brasileira;
c) NACIONALISTA: S.P. movimento Verde – Amarelo (1926), Anta (1927), o da Bandeira (1936) com Plínio Salgado, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia. Essas correntes visavam uma Epopéia Brasileira, iniciada com Pau – Brasil;
d) EXPIRITUALISTA: R.J. Revista Festa com Tasso da Silveira, Andrade Murici, Murilo Araújo, Francisco Karan, Cecília Meireles, Murilo Mendes, herdeiros do espiritualismo Simbolista;
e) DESVAIRISTAS: foi a linha criada e inspirada por Mário de Andrade. Buscava a liberdade de pesquisa estética pela renovação da poesia, pela criação da língua nacional.
PROGRAMAÇÃO DA SEMANA
13. 02. 1922
Abertura:
 “A Emoção Estética na Arte Moderna”, conferência de Graça Aranha.
 Música: Ernâni Braga, Poesias de Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.
 “A Pintura e a Escultura Moderna no Brasil”, conferência de Ronald de Carvalho;
 Música de Ernâni Braga- três danças africanas tocadas por Heitor Villa Lobos.
15. 02. 22
 Conferência de Menotti del Picchia sobre a arte e a estética.
 Poemas são lidos: Oswald de Andrade lê o poema “Ode ao burguês”, de Mário de Andrade, Ronald de Carvalho lê “Os Sapos”, de Manuel Bandeira – uma crítica ao Parnasianismo etc.
 Bailado: Ivonne Daumeric.
 Música: Heitor Villa Lobos.
 “Perennis Poesia”, conferência de Renato de Almeida (folclorista e crítico musical).
17. 02. 22
 Apresentação de músicas de Heitor Villa Lobos, já conhecidas pelo público;
 Graça Aranha abre o festival com uma conferência ouvida com respeito pelo público, em que diz: “Se a Academia não se renova, que morra a Academia”
 Menotti del Picchia apresenta as idéias do grupo modernista:
 Exposição de pintura com Anita Malfatti e Di Cavalcanti;
 Escultura de Brecheret;
 Mário de Andrade encerra com uma palestra.
REALISMO/NATURALISMO (1881 - 1893)
 Panorama histórico:
- Socialismo, cientificismo, evolucionismo, positivismo, lutas antiburguesas, 2ª Rev. Industrial; Inicio :Em 1881, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, inicia-se o Realismo no Brasil.
No Brasil: abolição, República, romance naturalista, poesia parnasiana.
Características do Realismo:
 Objetivismo;
 Descrições e adjetivações objetivas;
 Linguagem culta e direta;
 Mulher não idealizada; real. Ex.: Marcela e Virgília (Memórias Póstumas de Brás Cubas), Sofia (Quincas Borba)...
 Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais;
 Herói problemático;
 Narrativa lenta, tempo psicológico;
 Personagens trabalhados psicologicamente.
Principal autor:
Machado de Assis com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881); “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.
MACHADO DE ASSIS E O ROMANCE REALISTA
 1ª FASE (Tendências românticas) Obras: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia
Características Gerais:
- crença nos valores da época;
- estrutura de folhetim
- esquematismo psicológico.
2ª FASE (Tendências realistas)
- Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Características Gerais:
- Análise psicológica (os seres vistos em sua complexidade psíquica)
- Análise dos valores sociais (os valores que a sociedade cria para justificar sua própria existência)
- Pessimismo (descrença nos indivíduos e na organização social)
- Ironia (o chamado “sense of humor”, inspirado nos ingleses Stern e Swift)
- Refinamento da linguagem narrativa.
 Principais personagens:
 Brás Cubas, Vigília, Quincas – (Memórias Póstumas de Brás Cubas)
 Bentinho, Capitu, Escobar, José Dias, – (Dom Casmurro)
 Quincas Borba, O cão e o Filósofo, Rubião, Sofia e Palha – (Quincas Borba)
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo:
ROMANTISMO (1836-1881)
- Ênfase na fantasia; - Predomínio da emoção;
- Proximidade emocional entre autor e os temas;
- Subjetividade; - Escapismo (literatura como fuga da realidade);
- Personagens idealizados; - Nacionalismo;
REALISMO (1881 – 1893)
- Ênfase na realidade; - Predomínio da razão;
- Distanciamento racional entre o autor e os temas; - Objetividade;
- Engajamento (literatura como forma de transformar a realidade)
- Retrato fiel das personagens;
- A mulher numa visão real, sem idealizações...
- Universalismo.

Naturalismo (características)
- Determinismo biológico;
- Objetivismo científico; - Temas de patologia social; - Observação e análise da realidade;
Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;
- Linguagem simples;
- Descrição e narrativa lentas - Impessoalidade; - Preocupação com detalhes.
Principais autores: Aluísio Azevedo,
“O mulato”, em 1881: início do Naturalismo no Brasil; “O Cortiço”,
Raul Pompéia, “O Ateneu”.


PARNASIANISMO

“ARTE PELA ARTE”
 Parnasianismo:
- Surge na França como reação à poesia romântica
- Procura corresponder, em poesia, ao Realismo na prosa
 Características do Parnasianismo:
- Objetividade e impessoalidade do poeta
- Culto à Forma, entendida como métrica, rima e versificação.
- Utilização de fórmulas poéticas fixas como o soneto.
- “Arte pela Arte”: a arte só tem compromisso com ela mesma
- Tema principal: a mitologia greco-latina.

PARNASIANISMO NO BRASIL
- Literatura descompromissada das elites
- Absoluto domínio em termos de prestígio
- Formação da tríade parnasiana
- Uma das causas da Semana de Arte Moderna
TEMAS:
- A mitologia e a história greco-romana - A natureza - O amor sensual - A pátria
OLAVO BILAC (Principal poeta)
OBRAS:
- Poesias
- Tarde
PRINCIPAIS POEMAS
- In extremis
- O caçador de esmeraldas
- Via-láctea
- Profissão de fé
- Sarças de fogo
PROFISSÃO DE FÉ (fragmento)
(...)
Invejo o ourives quando escrevo: Torce, aprimora, alteia, lima
Imito o amor A frase; e, enfim,
Com que ele, em ouro, o alto relevo No verso de ouro engasta a rima,
Faz de uma flor. Como um rubim.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara Quero que a estrofe cristalina,
A pedra firo: Dobrada ao jeito
O alvo cristal, a pedra rara, Do ourives, saia da oficina
O ônix prefiro. Sem um defeito:
Por isso, corre, por servir-me, Assim procedo. Minha pena
Sobre o papel Segue esta norma,
A pena, como em prata firme Por te servir, Deusa serena,
Corre o cinzel. Serena Forma!”
(...) (OLAVO BILAC)

Ouvir estrelas
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso”. “ E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: - Tresloucado amigo.
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo?
E eu vos direi. - "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

 Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
Ou talvez o pior...Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,
Beijo divino! e anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto...

 SATÂNIA
Sobe... cinge-lhe a perna longamente;
Sobe...- e que volta sensual descreve
Para abranger todo o quadril!- prossegue,
Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura,


Morde-lhe os bicos túmidos dos seios,
Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca,
E antes de se ir perder na escura noite,
Na densa noite dos cabelos negros,
Pára confusa, a palpitar, diante
Da luz mais bela dos seus grandes olhos.
Romantismo
O Romantismo como escola literária tem suas primeiras manifestações nos paises europeus mais desenvolvidos, como a Alemanha e a Inglaterra. O romance werther, do alemão Goethe, foi o marco inicial. Na Inglaterra, os maiores representantes foram Walter Scott com a obra Ivanhoé e Lord Byron, que se adequou à linha ultra-romântica.
A França foi a grande propagadora do Romantismo com Chateaubriand e sua obra Mme. Stael.
A escola romântica está intrinsecamente ligada a dois grandes movimentos: A Revolução Francesa e a Revolução Industrial.
Em Portugal, teve início com a obra “Camões” de Almeida Garret (1825).
No Brasil, tem início com a publicação da obra “Suspiros Poéticos e Saudades” de Domingos José Gonçalves de Magalhães, (1836)
O Espírito romântico (estado de alma, temperamento): uma constante universal caracterizada pelo relativismo; pela busca da satisfação na natureza, no regional, no pitoresco, tendo na imaginação o meio para fugir do mundo, com o qual o “eu artístico” entra em conflito. Apóia-se na FÉ, na LIBERDADE, na EMOÇÃO, na IDEALIZAÇÃO, DA REALIDADE.

O Romantismo é entendido, atualmente, como uma constelação de traços que evidencia a dominância do espírito romântico, resumido nos seguintes pontos:
 COSMOVISÃO MARCADA PELO CHOQUE COM O COTIDIANO:
 As mudanças sociais, econômicas e demográficas emergentes desde o “Séc. Luz” tiveram conseqüências traumatizantes: o homem vive as contradições próprias da Revolução Industrial e da burguesia ascendente.
Classes não definidas: nobreza; a grande e pequena burguesia; o velho campesinato; o operariado emergente.
CARACTERÍSTICAS:
 IMAGINAÇÃO CRIADORA:
Os artistas revelam-se criadores de mundos imaginários e crentes deles, do choque entre o eu - artístico e o mundo.
SUBJETIVIDADE:
Revela a realidade através de atitudes pessoais; não seguindo nenhum modelo; traz à tona plena liberdade no seu mundo interior e subjetivo.
ESCAPISMO:
A partir dos sonhos e das emoções pessoais, o poeta idealiza um mundo imaginário; entre o mundo sonhado e o concreto evade-se para a solidão, para o desespero, para o suicídio, para a morte: tema muito preferido pelos românticos.
SENSO DE MISTÉRIO:

A realidade para o artista romântico aparece envolta de elementos sobrenaturais: o terror, o mistério, o inefável. Surpreendido pela vida, na medida em que varia o seu estado de espírito, o poeta mergulha na indefinível busca, daí o gosto pelo noturno.
SOLIDÃO:
Inadaptado ao mundo real / concreto, e por achar-se incompreendido, o poeta resolve realizar um profundo mergulho no seu mundo interior.
REFORMISMO:
Ao sair do isolamento, o artista se propõe reformar o mundo, daí o sentimento revolucionário que o insere nos movimentos sociais literários (Castro Alves). Uma exacerbada admiração por personagens militares e políticas (Sousândrade).
FÉ:
O escritor romântico acredita em si mesmo, no mundo que dá vida, na intuição = SENTIMENTALISMO. Contra os ditames da razão e da lógica = ILOGISMO; opõem-se ao racional e é conduzido a vivenciar uma instabilidade emocional, que se traduz em atitudes antiéticas ou paradoxais.
CULTO DA NATUREZA E GOSTO DO PITORESCO:
Gosto pelas ruínas e paisagens. A natureza é o lugar de refrigério, de inspiração, como: florestas virgens, terras distantes, paisagens orientais. É o lugar do homem em seu estado natural = “mito do bom selvagem, de Rousseau”.
EXAGERO:
O romântico não admite meio termo. Qualidades e defeitos são radicalmente colocados.
 Ânsia de glória, Função
 Idealização da mulher
 Fugindo aos elementos temáticos, opta pelas metáforas propensão à imagística, mistura de gêneros, nova ficção na poesia, variação no romance, renovação no teatro.
FATORES RESPONSÁVEIS PELO CONTEXTO HISTÓRICO NO BRASIL
 Corte portuguesa no Brasil;
 Período Joanino (1808 a 1821);
 Abertura dos portos;
 Implantação da imprensa;
 Independência do Brasil (1822);
 Abdicação de D. Pedro II (1831);
 Regências;
 Fundação do Banco do Brasil;
 Inauguração da Biblioteca Real;
 Criação dos Tribunais das Finanças e Justiça;
 Permissão para o livre exercício para toda espécie de indústria;
 Criação das fundações da Academia Militar e Academia de Cirurgia;
Manifestações artísticas:
Pintura: expressa a liberdade de criação, predominando a emoção; rompendo regras; Ex: Pedro Américo, Drebet e Vitor Meireles.
Escultura e Arquitetura: registram pouca novidade, permanecendo o estilo anterior, o Neoclássico.Muitas vezes retomando o estilo gótico (medieval).
Música: Abandono das regras clássicas; levavam para a música os estados as alma, sentimentos, paixões; predomina o caráter subjetivista. Representantes: Chopin, Shubert e Beethoven, Liszt e Wagner. Repr. brasileiros: Carlos Gomes; Chiquinha Gonzaga.
Gerações Românticas.
 Primeira Geração: Nacionalista ou Indianista
Autores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre;
 Segunda Geração: “Mal do Século” ou Byroniana
Autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
 Terceira Geração: Condoreira ou Hugoana
Autores: Castro Alves, Tobias Barreto, Sousândrade e Bernardo Guimarães.
Prosa: Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida e José de Alencar.
* modalidades da obra alencarina: romances urbanos ou de costumes; históricos; regionais; rurais e indianistas.
Lista de filme para o Modernismo.
 Como era gostoso meu Francês.
 Pagu, Norma B(Oswald)
 O homem do Pau – Brasil (Joaquim Pedro {Oswald})
 Os condenados (Oswald)
 O rei da vela (Oswald)
Mario de Andrade
 Macunaíma
 Lição de amor (amar verbo intransitivo)
Graciliano Ramos
 São Bernardo
 Vidas Secas
 Memórias do cárcere
Cecília Meireles
 Os inconfidentes
Rachel
 O Quinze
Jose Américo
 Soledade (A Bagaceira)
Jorge Amado
 Tieta
 Gabriela
 Tenta dos milagres
 Dona Flor
Erico Veríssimo
 O Sobrado ( Um certo capitão Rodrigues)
Jose Lins do Rego
 Menino de Engenho
 Bela Dona ( Riacho Doce)
Poesias
Carlos Drumonnd
 Poeta das Sete Faces
Vinicius de Moraes
 Vinicius
 Orpheu da Conceição
 O padre e a Noçã
 O vestido
 Marina e Marina
Guimarães Rosa
 A hora e a vez de Augusto de Matraga.
 Outras Historias de Pedro Bial.

Clarice
 a hora da estrela
 O corpo

João Cabral de Melo
 Morte e vida Severina

No universal
 Os fuzis
 Deus e o diabo na terra do sol
 Filmes de lampião (O Cangaceiro – Lima Barreto)
 O baile perfumado
 Cinema, urubu e aspirinas.
 Sertão das memórias (de memórias)

Linguagem (iniciar)
 O carteiro e o poeta
 O enigma de Kaspar Hauser
 Lisbela e o prisioneiro
 Brava gente